
Pois é! Foi uma sorte conhecer, ouvir e conviver com alguns deles por poucos meses em um projeto social que participei, chamado "Os Amigos da Maloca" em São Paulo, no submundo da Estação Bresser.
Gente que não possuía absolutamente NADA, ou quase nada: uns poucos panos, um papelão-cama, algumas cobertas velhas, sapatos rasgados, e quando muito, umas barraquinhas improvisadas com lonas de plástico. Era sempre este o cenário deles!

Mas estes homens e mulheres "sem nada", tinham muito mais que supúnhamos.
Ensinavam sempre à cada um nós, ainda que não tivessem ideia de que isto ocorria.
Sempre havia perplexidade entre "Os Amigos", pelas histórias de vida chocantes, mas também pela transformação que muitos de nós experimentávamos à medida que convivíamos com eles.
Acho que eles nos apelidaram assim (Amigos da Maloca). Não forçávamos a barra. Queríamos que se sentissem acolhidos por nossa amizade.
Acho que eles nos apelidaram assim (Amigos da Maloca). Não forçávamos a barra. Queríamos que se sentissem acolhidos por nossa amizade.
Estávamos ali para ouvir suas histórias, compartilhar as nossas, ajudar quem quisesse ser ajudado: sem imposições, sem diferenças, respeitando as escolhas de cada um. O sentido de igualdade e compaixão, era o que nos movia, e queríamos que soubessem que os respeitávamos.
Foram mais de 25 ou 30 pessoas com quem estreitamos vínculos, e convivemos, e minimamente ajudamos, na medida do que conseguíamos, e antes que a Cracolândia fosse "deslocada para lá" pelo Poder Público.
A história do Projeto é para uma conversa olho no olho, com quem tiver interesse; não quero expor aqui. O importante é deixar clara minha admiração por estas figuras e a escolha por este nome para o Blog.
Uma singela homenagem à todos eles, e uma esperança de que eu sempre traga comigo o que ali aprendi.

"A rua te ensina a sentir a vida em detalhes", ouvi de um deles.
O Maltrapilho aqui tem a sorte de ter um teto, roupas, família, trabalho, comida; não me falta nada! Mas isso não é tudo!

É preciso humanidade com os amigos humanos, e amor aos de quatro patas e pelos, ou duas patas e penas.

É assim que eu penso, e é assim que tento conduzir os meus dias debaixo do sol.
Eu, um Maltrapilho
Sandro
19 de fevereiro de 2019
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